O Setembro Amarelo é um alerta não só para o suicídio, mas para todas as doenças que levam a ele
Muitas pessoas já pensaram em suicídio no Brasil. De acordo com um estudo realizado pela Unicamp, no Brasil, ao menos 17% da população já pensou em tirar a própria vida e quase 5% elaborou uma forma de fazer isso. Dados da Organização Mundial de Saúde apontam ainda um número mais triste: aproximadamente 800 mil pessoas morrem por ano em decorrência do suicídio pelas mais diversas razões. No entanto, mais de 90% desses casos estão relacionados a transtornos mentais.
É por isso que, nesse mês de setembro, vamos nos dedicar a saber mais sobre a campanha Setembro Amarelo, um movimento de conscientização sobre a prevenção do suicídio.
Por que Setembro Amarelo?
A origem da conscientização contra o suicídio e da campanha do Setembro Amarelo começou há quase 30 anos atrás quando, nos Estados Unidos, um adolescente de 17 anos, Mike Emme, cometeu suicídio. Com um grande talento mecânico, Mike era muito conhecido por seu carro, um Mustang 68 amarelo que ele restaurou sozinho, assim como pela sua predisposição amorosa. Nem a família e os amigos, na época, perceberam os sinais do que ele pretendia fazer com sua vida.
Naquela época, o cuidado com a saúde mental era bem menos comum do que é hoje, por isso, no enterro de Mike Emme, os amigos decidiram montar uma cesta de cartões e fitas amarelas (cor favorita do adolescente) com uma mensagem: “Se precisar, peça ajuda” de forma a não deixar acontecer com outras pessoas o que aconteceu com Mike. Essa ação expandiu-se e, no Brasil, em 2015, o CVV (Centro de Valorização da Vida), em conjunto com o CFM (Conselho Federal de Medicina) e a ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria), trouxe a campanha do Setembro Amarelo com a proposta de associar a cor ao mês.
Transtornos mentais e o suicídio
Como no caso de Mike Emme, a triste realidade é de que, de todos os suicídios cometidos ao redor do mundo, em mais de 90% dos casos há relação com transtornos mentais. Entre as principais doenças responsáveis por esses números estão a depressão, o transtorno bipolar e o abuso de substâncias, sejam elas medicamentosas, lícitas ou ilícitas.
Há diversos tipos de transtornos mentais e que se apresentam de formas diferentes, mas boa parte deles é caracterizada por pensamentos, emoções e comportamentos prejudiciais ao próprio indivíduo e àqueles ao seu redor. Então é importante que se esteja sempre atento a sinais de postura ou discursos incomuns. Todos os transtornos mentais têm tratamento e precisam ser levados a sério, pois causam sofrimento e podem levar ao suicídio.
O tabu que precisa ser quebrado
A primeira medida preventiva contra o suicídio sem dúvidas é a educação. Falar sobre esse tema já foi um tabu, cujas consequências causaram e continuam causando diversas mortes, como a de Mike Emme. Transtornos mentais existem e também são considerados problemas de saúde pública, como muitas outras doenças. Para prevenir qualquer mal é necessário primeiro reconhecer sua existência.
Campanhas como o Setembro Amarelo são as principais responsáveis por tornar essa conversa possível. Mas é sempre importante ressaltar: é necessário falar com responsabilidade, de forma adequada ao recomendado pelas autoridades de saúde, para que a prevenção ao suicídio seja, de fato, eficaz.
Ajudando a prevenir
A ajuda pode vir de qualquer um: pais, irmãos, amigos, colegas de trabalho ou alguém que está próximo a quem precisa. Os voluntários do CVV, por exemplo, são treinados para conversar com pessoas que estejam passando por alguma dificuldade e que possam estar pensando em suicídio. O CVV funciona 24 horas por dia e pode ser contatado por meio do número 188 no telefone ou por meio do chat no site da organização.
O Hospital Icaraí apoia o Setembro Amarelo; nosso objetivo é sempre salvar e preservar vidas.